Da série Guardanapos: Que me importa esse bar?

Tenho me forçado tanto/ a ser corajosa/ a retrancar o pranto/ que me sinto às vezes vazia/ presa do meu próprio encanto/ de não ser bem a guerreira que queria./ Sou a feitora do meu triste canto./ Não me importa esse bar/ essa busca opaca/ esse chope que me entra como faca./ Que me importa esse bar/ se o que eu quero mesmo são raízes/ se minha ânsia verdadeira/ é a de um lar?/ Que me importa esse bar/ essa inútil trama/ essa caça embriagada/ essa rama/ se o que eu quero mesmo/ são as quatro patas de uma cama? /Perdi a viagem/ já não pertenço mais a essa fosca vadiagem/ cansei de mim antiga/ nessa postura moderna/ de ser mais forte, mais torta, mais viva,/ de ter mais sorte/ e, no final, pra quê?/ Pra me sentir assim,/ mais morta. ( 1987)

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